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Carro: crédito com prazo muito longo é "marketing" e atinge poucos consumidores

"É mais para fazer auê, porque poucos clientes vão ter acesso a isso", afirmou, durante o II Fórum de Risco e Recompensas, realizado pela Witrisk.

Fonte: InfoMoneyTags: economia

Flávia Furlan Nunes

O ex-presidente da Acrefi ( Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento), Érico Sodré, afirmou que os prazos muito longos no financiamento de veículos são apenas "marketing" de quem concede o empréstimo.

"É mais para fazer auê, porque poucos clientes vão ter acesso a isso", afirmou, durante o II Fórum de Risco e Recompensas, realizado pela Witrisk.

De acordo com ele, depois de atingir um prazo longo, antes da crise global da economia, os financiamentos de veículos tiveram redução do prazo médio em praticamente um mês, o que já começou a ser retomado.

Carros
Ele explicou que, como só se falava em crise, o consumidor se retraiu na compra de carros. "O que retrai o consumidor não é a taxa de juros, mas o medo da perda de emprego", disse.

E esse afastamento do cliente foi acentuado pela desvalorização do bem, já que muitas pessoas usam o carro usado para adquirir o novo. Com o valor do usado menor, era preciso desembolsar mais para a troca do veículo. Foi neste ponto, de acordo com Sodré, que o governo errou, já que não deu a devida atenção ao mercado de carros usados.

Apesar disso, Sodré afirmou que a atuação do Banco Central durante a crise foi de "fundamental importância, em especial no mercado de veículos", para que hoje não se esteja passando por grandes problemas.

Inadimplência
Em relação à inadimplência desse mercado, ele mostrou dados que revelaram que R$ 5 bilhões deixaram de estar em dia na compra de carro por financiamento devido à crise. Além disso, houve aumento de 44% no atraso entre 31 e 90 dias.

"Temos essa bolha que foi criada em um cenário positivo, nos últimos cinco anos, que as pessoas pensavam que se perpetuaria. Houve exagero das instituições financeiras na busca por market share. Elas começaram a tomar medidas que não eram as melhores em questão de prudência, mas isso já começou a se recuperar. A curva de alta da inadimplência já deve passar", afirmou.

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