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Empresário presente é vital para negócio

Funcionários geralmente ficam mais atentos e disciplinados na presença do patrão

Na lista de entes importantes para a sobrevivência de uma empresa estão os funcionários, os serviços e os clientes. Embora essenciais, estes atores não funcionariam sem uma gestão. É aí que aparece, encabeçando a lista, a figura do dono do negócio. Isto porque, alémde não existir ninguém que conheça a empresa tão bem quanto o seu idealizador, o gerenciamento das atividades, a qualidade dos serviços e a atuação dos funcionários sãomais eficazes sob o olhar vigilante do empresário.

A ideia de criar o restaurante Dona Gula, em Setúbal, surgiu há 14 anos. Na época, o administrador Marcelo Santos dividia seu tempo entre as atividades de seu emprego e a gestão do empreendimento. “Durante o dia, a minha sócia e ex-esposa, Romilda Ouro, tomava conta do local de segunda à sexta. Eu trabalhava no local à noite, além de sábados, domingos e feriados”, lembrou. Quatro anos depois, Santos resolveu participar mais da gestão do restaurante.

Hoje, o negócio conta com 21 funcionários e com uma terceira sócia, Flávia Santos, atual esposa do administrador. Durante o dia, Marcelo Santos e Romilda Ouro são os responsáveis pelo self-service. Enquanto ele cuida da gestão de pessoas e da cozinha, ela fica de olho no setor financeiro e na ambientação. À noite, o restaurante vira uma pizzaria, gerenciada por Flávia. “Estamos presentes em todos os setores e a nossa presença serve como exemplo para os funcionários. Nós executamos as tarefas juntos, porque o modo como fazemos é o jeito que queremos que eles façam. Quando você perde a visão sobre tudo, as coisas tendem a ficar mais dispersas”, opinou.

A divisão de tarefas também está presente na realidade do Just Kone, no Bairro do Recife. Formado por quatro irmãos - Luiz, Lucas, Igor e Caio Vidal -, o negócio já existe há setemeses. A idealização do empreendimento surgiu comCaio, que é responsável, também, pelas compras e pelas obrigações externas da empresa. Lucas e Luiz dividem a execução da contabilidade. Igor ajuda nas atividades administrativas. “As coisas fluembemmelhor porque estamos aqui. Vai chegar uma hora em que vamos querer atingir outro patamar, como abrir outra empresa, mas um de nós sempre estará na temakeria”, afirmou Luiz.

Na opinião do presidente da Confederação Nacional das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Comicro), José Tarcísio da Silva, os proprietários têm maior zelo no gerenciamento das suas empresas. “Se ele criou, ele tem o domínio do que ele fez. Ele idealiza o crescimento da parte produtiva, da qualidade das mercadorias, dos clientes”, considerou. Dono de um mercadinho, Silva acredita que, se pudesse estar mais presente, seu negócio seria quatro vezes maior. “O dono consegue captar imediatamente o que está errado e corrigir previamente”, pontuou.

Segundo o analista Empresarial do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Valdir Cavalcanti, a figura do dono é crucial durante a estruturação da empresa. “Quando ele inicia numa atividade empresarial é interessante, pelo menos no primeiro ano, se dedicar ao negócio. Paralelamente, o indicado é que ele comece a se desprender gradativamente da rotina. Se ele estiver dentro da loja o tempo todo, nunca vai abrir uma filial”, assegurou.

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