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Gestão do negócio empreendedor: ninguém disse que era fácil

O empreendedor precisa dar atenção a 4 fatores para fazer a gestão do crescimento da sua empresa

O espírito empreendedor envolve ambição, otimismo, intuição, autoconfiança, criatividade e disposição de assumir riscos. Estas são coisas que movem o empreendedor, levam-no a buscar fazer acontecer. Vai que dá... é o que dizem. Aqueles que a isso tudo juntam comprometimento, flexibilidade, resiliência, conhecimento do negócio, disposição para o trabalho, liderança e a capacidade de construir uma rede de relações frequentemente rompem a barreira da infância do negócio e de fato constroem uma empresa, com produtos, serviços, colaboradores, clientes, fornecedores.  E junto vêm os impostos, folha de pagamento, estoques, duplicatas, contabilidade, cheque especial, empréstimos, juros, aluguel, sindicato, fiscalização, ataques da concorrência, inadimplência, e um monte de outras coisas que nada têm a ver com otimismo, criatividade ou aquelas outras coisas que foram a motivação inicial. Com trabalho e alguma sorte vêm também os lucros. Muitas vezes, neste momento do negócio, o empreendedor se torna uma espécie de acrobata, em um esforço contínuo de equilibrar todas as demandas da organização. Dar o passo adiante, para se tornar uma empresa madura, com uma perspectiva de ocupar um lugar relevante em seu mercado de atuação e de perenização para além das limitações do próprio empreendedor torna-se agora o principal desafio.

Quatro são os fatores a que a empresa deve dar atenção, em especial neste momento de transição para algo mais significativo: foco nos clientesgestão financeiraformação da equipe de gestão e finalmente, o empreendedor deve ter claro qual é o seu papel na organização nesta nova fase da empresa.

Foco no cliente.  As novas demandas internas da estrutura que surgem na medida em que a empresa cresce podem desviar a atenção do empreendedor do que realmente interessa:  o mundo exterior, onde estão os clientes e o resultado. Muitas vezes também o auto encantamento com a tecnologia provoca o risco da empresa e o empreendedor voltarem-se para o próprio umbigo. 

Gestão financeira. As empresas em crescimento não quebram por falta de vendas ou mesmo de lucros, quebram por falta de caixa. Uma empresa que cresce muitas vezes consome caixa, em estoques e contas a receber, além da necessidade de investir para adequar-se a um nível maior de demanda. É imprescindível que o empreendedor fique muito atento ao caixa e profissionalize a gestão da função financeira.

Formação da equipe de gestão. Ninguém faz nada sozinho e o empreendedor nesta fase já deve compartilhar as decisões com uma equipe que ofereça à organização as competências necessárias. É necessário identificar os processos críticos da companhia e ter gente competente, comprometida e com o “empowerment”, a autoridade e a liberdade de gerenciar estes processos.

Estabelecer o próprio papel. Com o crescimento da companhia, o empreendedor deve fazer uma autoanálise e avaliar onde estaria a sua maior contribuição: será  no desenvolvimento de produtos, nas relações com o mercado, na formação dos líderes, na divulgação da cultura ou em outro aspecto?  Perguntar-se do que o negócio precisa e em que o empreendedor é distintamente bom é o caminho para estabelecer o próprio papel.

Durante todo o processo de crescimento da empresa, o empreendedor deve constantemente trabalhar no próprio desenvolvimento, caso contrário ele mesmo será o principal ofensor a este crescimento. Isto se consegue através de leituras, cursos e treinamento, claro, mas também através de aconselhamento externo, por parte de gente que tenha condição de fazer uma análise crítica do empreendedor e do negócio. Nas palavras de Peter Drucker: “Alguém que não faça parte do problema é que tem que fazer as perguntas, rever as decisões e, acima de tudo, pressionar constantemente para que as necessidades de sobrevivência a longo prazo do novo empreendimento sejam satisfeitas para introduzir foco no mercado, fornecer previsões financeiras  e criar uma equipe funcional de alta administração”. A formação de um conselho consultivo ou administrativo bem balanceado pode prover estas necessidades e fornecer esta visão.

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