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5 atitudes estúpidas do dono da empresa que afastam talentos

Os melhores funcionários estão indo embora da sua empresa? Pode ser que o problema esteja na sua atitude como líder.

Na vida de funcionário, é comum escutar reclamações sobre chefes que não sabem recompensar o desempenho dos que trabalham melhor. Muitos talentos, inclusive, resolvem criar sua própria empresa justamente para fugirem desses gestores ruins.

Se é o seu caso, saiba que você não está livre de que seu pior pesadelo se torne realidade: aquele chefe que só toma ações estúpidas pode acabar sendo você mesmo, na visão dos seus funcionários. Eles não o reconheceriam como líder, mas apenas como um chefe – e há uma diferença fundamental entre esses dois termos.

“Enquanto o chefe define responsabilidades apenas por ser legitimado pela hierarquia, o líder tem a capacidade de mobilizar as pessoas por ser uma referência. As pessoas o seguem, sem precisar ter uma autoridade definida”, explica João Roncati, diretor da People+Strategy.

Se você já foi um funcionário talentoso, deve saber quão importante é para um negócio ter pessoas com desempenho acima da média. E isso não tem nada a ver com idade ou universidade de origem.

“Não é apenas ter conhecimento, mas também saber que essa inteligência não faz sentido sem ser transformada em ações para a empresa. Ou seja, os talentos trazem novas soluções”, define Sulamita Mendes, professora do curso de gestão de empresas do Centro Europeu. Isso gera sucesso não só em curto prazo, mas também em longo: eles criam um ambiente mais aberto para bons funcionários também falarem o que pensam, gerando ainda mais diferenciais para o negócio.

Quais são os primeiros sinais de que sua gestão de pessoas está afastando esses talentos e comprometendo seu sucesso? Segundo Alexandre Rangel, da Alliance Coaching, seu primeiro alerta deve ser justamente quando as ideias não chegam até sua mesa.

“Ouvir poucas sugestões dos seus funcionários mostra que eles não estão próximos nem de você e nem da empresa. Essa é uma análise que pode ser feita no dia a dia mesmo: avalie se sua equipe se sente ou não à vontade para expressar opiniões”, explica. Se você concluir que eles não parecem confortáveis, está na hora de avaliar sua postura.

Na prática, quais ações podem afastar os talentos do seu negócio sem que você nem perceba? Confira, a seguir, algumas atitudes dos chefes ruins – e passe longe delas!

1. Ser ciumento quanto ao potencial do seu funcionário

Um grande problema ocorre quando o talento de um funcionário – seja em aspectos mais técnicos ou em competências profissionais – acaba gerando ciúmes no chefe, que tenta a qualquer custo desprezar o bom funcionário.

“Pode acontecer de, na própria carreira do chefe, ele não ter recebido de ninguém a chance de expor seu talento. O chefe reproduz esse comportamento e fica menos disponível ao funcionário talentoso, dando menos desafios e tentando provar como ele não é nada de mais”, explica Roncati.

Isso, é claro, gera consequências desastrosas: o funcionário perde confiança no chefe e acaba saindo da empresa. Nela, ficam apenas os que não desafiam a capacidade do chefe e, portanto, não trazem inovações ao negócio.

“Um líder deveria expor seus talentos, e não os esconder e forçá-los a sair. Caso contrário, é um chefe que não pensa na empresa, e sim só nele.”

2. Tratar todos os funcionários da mesma maneira

Algo que frustra qualquer funcionário talentoso é quando a empresa não tem uma política de reconhecimento: ou seja, os regulares são tratados da mesma maneira que os excepcionais.

“Se você remunera o empregado talentoso da mesma maneira; dedica a mesma quantidade de tempo; e faz o mesmo tipo de avaliação do que a de qualquer funcionário, você não está desenvolvendo a mentalidade de alta performance do seu funcionário”, explica Roncati, da People+Strategy.

Muitos pensam nos bônus sobre desempenho, mas essa falta de reconhecimento está nas atitudes mais simples. Por exemplo, ter uma política extrema quanto ao modo de trabalho, quando você sabe que há um funcionário talentoso que trabalha muito melhor de noite ou quando possui metas mais agressivas.

Um caso ainda pior de falta de reconhecimento é tratar todos os funcionários apenas como números – ou seja, instrumentos para conseguir um determinado resultado. Isso irrita não só os funcionários talentosos, mas qualquer um da equipe.

“A partir do momento em que o líder tem essa postura, o funcionário percebe que pode ser descartado a qualquer momento e resolve sair da empresa”, explica Sulamita Mendes, do Centro Europeu. “O líder tem que saber quem são seus liderados – desde seus pontos fortes e fracos até o entendimento dos limites de trabalho de cada um. Assim, ele atua ao lado de todos e identifica os mais capacitados.”

3. Prezar o funcionário apenas pela simpatia

Além de não ter nenhuma política de reconhecimento, outra atitude estúpida de muitos chefes é basear o reconhecimento apenas por aquilo que o funcionário mostra nas aparências.

Existem talentos de diversas maneiras: há tanto aqueles que se destacam por sua capacidade de relacionamento quanto aqueles que trazem contribuições mais técnicas para a empresa. Um líder de verdade saberá trabalhar os diversos talentos de seus empregados. O chefe ruim, por outro lado, irá se esquecer das contribuições dos funcionários mais técnicos.

“É um grande erro ter uma empresa que reconhece apenas pelas relações sociais: há pessoas talentosas, mas que não possuem capacidade de relacionamento. Se ninguém as ajuda a fazer contatos no meio da carreira, elas acabam não sendo reconhecidas na empresa e pedem as contas”, explica Roncati.

O líder precisa ser uma espécie de coach nesse caso, fazendo uma mentoria e protegendo esse talento de possíveis julgamentos dentro da empresa.

“Profissionais como matemáticos, engenheiros e especialistas de TI acabam sofrendo por conta da cultura latina, que valoriza mais as relações sociais. Sua sinceridade técnica pode gerar segregação desse funcionário, e não apoio. Mesmo assim, na empresa, é preciso trabalho de equipe. Se tiver um talento em mãos, o chefe deve assumir a responsabilidade de treinar esse funcionário para o contato mais social, sem valorizar apenas isso em sua equipe.”

4. Ser autoritário e querer conquistar poder pelo grito

Um tipo de chefe que afasta qualquer funcionário – e principalmente os talentosos – é aquele que quer se impor por meio de atitudes autoritárias.

“Esse é, claro, um fator extremamente desestimulante para as pessoas que estão na empresa. Os mais talentosos procuram outras oportunidades simplesmente porque não suportam a forma como o chefe trata a equipe. Lembre-se: não é porque você criou a empresa que pode ser rude com seus funcionários”, diz Rangel, da Alliance Coaching.

Isso é ruim não só para a própria reputação do chefe: o negócio também fica mais vulnerável com a debandada. “Quem ficam são as pessoas que não conseguem encontrar algo melhor fora da empresa, por acomodação ou falta de competência.”

Você pode estar se perguntando: então, como tomar as rédeas do meu negócio sem ser considerado autoritário? Sulamita, do Centro Europeu, ressalta a diferença entre ser um chefe “valentão” e um líder firme.

“Esse chefe quer consegue o resultado por um abuso, desrespeitando e humilhando seus funcionário. Já o líder pode até ser firme, porque alguns momentos da empresa pedem isso, mas ele enxerga a empresa, e não o seu próprio ego.”

5. Evitar ouvir as ideias da equipe (afinal, a empresa é sua)

Falando em ego, a última atitude que espanta os talentos do seu empreendimento é ser um chefe totalmente fechado a ouvir sugestões dos seus funcionários – e que, na verdade, nem passa pelas mesas para conversar com a equipe.

“Existem chefes que passam uma semana sem ir ao ambiente de trabalho, quando isso deveria ser uma atitude diária. A primeira atitude de um gestor é circular pela empresa e conversar com seus funcionários, um pouco a cada dia. Assim, ele é visto como uma pessoa que incentiva a resolução conjunta de problemas, o que mantém os talentos”, explica Rangel.

Se o empreendedor acha que sabe tudo, por ser o criador do negócio, deixará de enxergar que outras pessoas também ajudam a empresa a crescer – e podem dar bons conselhos. “Se o funcionário não puder demonstrar seu talento por não ser ouvido, é lógico que não há sentido em continuar trabalhando para o negócio. Ele irá procurar outro lugar, onde seu potencial seja enxergado.”

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